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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O Contrato




Em tempos de desconfiança fazer um contrato não só formaliza um acordo, mas dá garantia de que o acordo seja cumprido sob alguma pena caso uma das partes falhe com o combinado no papel.

Mas o que se têm visto com freqüência são as quebras de contrato. Especialmente as quebras de contrato no relacionamento de casais. Não estou falando de traição apenas, mas do descaso que existe entre as partes.

O contrato de casamento tem sido considerado uma instituição falida. Mas porquê as pessoas continuam se casando em grande escala? A cada dia o amor está esfriando entre as pessoas. A formalidade do casamento é totalmente interesseira. Ao se casarem, parece que as pessoas imediatamente já fazem uma previsão da data da separação.

A moralidade está num nível degradante, dando espaço a um comportamento esquisito normalmente aceito pela sociedade onde as partes são indiferentes entre sí. Moram juntos, dormem juntos, mas não vivem juntos, apenas "sobrevivem" no mesmo espaço.

Desde a juventude esta frieza fica muito explícita. Basta observar o estilo de vida que levam os jovens de hoje. O romantismo sumiu e olha que eu não sou nada romântico pra estar dizendo isto, mas me sinto até confortável em criticar a situação tal a baixa qualidade dos relacionamentos que vemos hoje. As garotas no afã de serem iguais aos rapazes buscam uma liberdade de expressão que se confunde com libertinagem, pois não valorizam a si mesmas. Apenas miram desesperadamente atingir o sucesso e a suposta liberdade.

Chega a ser assustador como meninas lindas vindas de famílias financeiramente bem sucedidas se entregam ao primeiro arrepiadinho que aparece e isto quando não se orgulham de dizer para as amigas que pegaram uns 15 caras na última balada. Aliás, os carinhas gastam tanto tempo cuidando do arrepio dos cabelos que por fora do crânio pode estar até legalzinho, mas por dentro o vácuo é total. A falta de conteúdo é tamanha que mal sabem dizer uma frase sem tropeçar em erros banais de linguagem.

Se esta geração de jovens já sofre o descaso vindo dos seus jovens pais que eram jovens há 20 anos atrás, os quais com o uso do dinheiro terceirizaram a educação dos filhos, imaginem como será a geração destes que hoje mal sabem quem são e para onde vão. Mesmo que quizessem dar atenção aos futuros filhos, nada teriam para ensinar a eles, pois nada aprenderam.

O incrível é que hoje estes jovens tem um privilégio que anos atrás não existia que é a facilidade de se obter informações pela Internet. Só que enquanto a parte boa da Internet fica lá disponível para quem quiser conhecer e é pouco explorada por eles, eles se acham espertos passando horas trocando mensagens no MSN ou visitando sites de baixaria. Que pena!

No futuro podem até assinar um contrato de compromisso, mas sua assinatura valerá tanto quanto o primeiro selinho dado na balada. Apenas o primeiro de muitos!

Aquela frase que é dita quando alguém se casa, "Até que a morte os separe", parecerá uma tenebrosa premunição de filme de terror como que o padre ou pastor estivesse dizendo: "Ao cruzarem aquela porta de saída da igreja, o trem da morte do amor estará lhes esperando. Boa viagem!"

Posso até ter sido um pouco radical neste recado. Se você que lê esta mensagem pensar assim, então terei atingido meu objetivo. Prefiro as críticas do que a indiferença especialmente num assunto sério como este. Isto é sinal que você também se incomoda com o tema.

Obrigado por ter lido até aqui!

Tio Ilmo

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